O Sumo Pontífice BENTO XVI, com grande propriedade e oportunidade, proclamou o ano de 2009-2010, como o ANO SACERDOTAL, para que toda a Igreja, nas pegadas da celebração dos 150 anos do falecimento de São João Maria Vianney – o Cura d’Ars – possa refletir sobre a dignidade e importância da pessoa do sacerdote em nossas comunidades eclesiais.
O sacerdócio ministerial nasce na última ceia, quando Cristo “Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo aos seus discípulos: “Isto é meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós...” (Lc, 22, 17 a 20). Este mandado, o Senhor deu aos seus amigos: “Fazei isto em memória de mim”.
Posteriormente, após a Ressurreição, Jesus entregou aos seus discípulos a missão de propagar e anunciar o Reino de Deus, dando-lhes o Espírito Santo e o poder de restaurar a amizade com Deus, destruída pelo pecado: “Disse-lhes outra vez: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós.” Depois destas palavras soprou sobre eles, dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos.”
Esses poderes dados por Cristo aos seus amigos, os apóstolos: fazer a memória do sacrifício da Cruz, difundir o reino de Deus, reconciliar o homem com Deus e propagar a paz, foram, posteriormente, transmitidos aos sacerdotes.
Não há dádiva maior para a humanidade que a instituição do sacerdócio ministerial. Não há dignidade maior para o ser humano do que o realizar a perpetuação da missão de Cristo.
Os sacerdotes, todavia, são pessoas com defeitos e erros, mas essas limitações não lhes tiram ou diminuem a magnificência da sua missão.
É necessário que nossas comunidades cristãs, neste ano dedicado ao Sacerdócio, reflitam sobre a dignidade desta vocação e a grandeza de sua missão: fazer a memória do sacrifício da Cruz, difundir o reino de Deus, reconciliar o homem com Deus e propagar a paz, por isso mesmo é que a Igreja pede que rezem pela santificação dos sacerdotes.
Considere-se sumamente importante, também, que cada comunidade cristã veja no seu pároco um amigo e lhes perdoe e compreenda os defeitos e erros e, principalmente, rezem pelos sacerdotes, para que Cristo capacite, cada vez mais, aqueles que foram escolhidos para essa bela e nobre missão.
O Brasil nasceu sob as bênçãos da Cruz! Os primeiros evangelizadores se preocuparam em legar-nos as mensagens do cristianismo. Os primeiros centros de estudos no Brasil foram dirigidos por abnegados e dedicados sacerdotes.
Com nossa mentalidade hodierna, muitas vezes, julgamos negativamente a maneira que realizaram a primeira evangelização. Todavia, o que importa é a missão da Igreja no cotidiano, ser através do testemunho de muitos, sacerdotes e cristãos, a difusora do Reino de Deus pela fraternidade entre os homens, pela paz, pela reconciliação, pela implantação do reino do amor.
Neste ano dedicado às orações pelos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais, quero exortar a todos com as palavras proféticas de Cristo, rememorando a missão de todos na Evangelização constante do mundo, tornando cada um de nós, sacerdotes e leigos, responsáveis pela perpetuação da boa nova do Evangelho.
+ Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, RJ.
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