Você sabia que Ananindeua, significa “Terra do Anani”? Pois é, o anani palavra de origem tupi é um substantivo masculino e designa um tipo de árvore gutiferácea, ou seja, que da casca se extrai uma resina, muito utilizada na indústria farmacêutica. A sua madeira é utilizada na tanto construção civil como naval e também na carpintaria.
Apesar da estranheza do nome, trata-se de uma árvore muito comum em quase todo o território brasileiro estendendo-se do Amazonas até o Rio de Janeiro. O Anani alcança uma altura de até 20m e o seu nome científico é: symphonia globulifera. Em Ananindeua abundou às margens do igarapé que também recebeu o nome de Ananindeua.
Ananindeua, digo, a cidade cresce, mas o anani desaparece. Ananindeua já não é mais a “Terra do Anani”. O título é apenas simbólico. Inclusive, eu até acho que a maioria da população de Ananindeua e de toda a região metropolitana de Belém, desconheça essa árvore. Se fizéssemos uma pesquisa nas ruas, ninguém ou talvez bem poucas pessoas, saberiam identifica-la.
Hoje mais do que nunca, se faz necessário replantar e preservar esta espécie nativa tombando-a como patrimônio do município, para que o nome de Ananindeua siga sendo honrado. Se o Anani ainda existe em Ananindeua e é patrimônio tombado pelo município, eu desconheço. Infelizmente sinto-me como a maioria da população, desinformada pelo poder público, pairando as margens da informação sobre o assunto.
Ainda que tenha eu, nascido e sido criado na vizinha capital, hoje resido também em Ananindeua. É por essa razão, que eu me dou o direito de me manifestar em favor desta cidade, em defesa do seu povo, da sua cultura e dos seus símbolos. Pois Ananindeua é a segunda maior cidade do Estado do Pará, com meio milhão de habitantes, conhecida por ter sido “cidade dormitório”, em virtude de boa parte da população apenas residir em Ananindeua para dormir, mas durante o dia trabalhar em Belém.
Por outro lado, essa realidade de “cidade dormitório” é algo que vem mudando rapidamente, já que Ananindeua, hoje conta com uma vasta zona comercial em expansão e um polo industrial, carecendo de investimentos, porém representando 24,5%, do PIB municipal, em desenvolvimento, tendo sido alavancado ultimamente com o rápido aquecimento do setor imobiliário, permanecendo o setor de prestação de serviços como aquele que mais cresce em torno dos 75% da economia local.
É justamente, por causa dessas mudanças bruscas que precisamos de políticas públicas eficazes além da conscientização da população, sobretudo aproveitando o potencial da juventude nas escolas, para que se firme um pacto social, entre o governo local, as entidades várias e a população, para que se replante e crie bosques e parques preservando o anani.
Mas do que nunca, precisamos devolver à Ananindeua o titulo de “Terra do Anani” e quem sabe podermos acrescentar o de “Santuário do Anani” para a preservação desta espécie, dentre outras tantas, talvez, em extinção.
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